A primeira vez a gente nunca esquece...
- Keine Pena (A GARUPA)
- 1 de out. de 2015
- 3 min de leitura
O relato de uma recém GARUPA...
Ontem (27/09/2015) fiz o meu primeiro passeio de moto em minha vida. Conheci o radical fotógrafo Douglas que me perguntou se eu já tinha andado de moto e eu disse que não. Então no sábado ele me convidou para um passeio no dia segunte, domingo, pela manhã, mas não me disse onde, disse apenas que o traje que eu usasse seria calça comprida e uma bota, pois eu iria fazer um passeio que iria lembrar dele o mês inteiro. Pra falar a verdade, fiquei com muito medo em aceitar pois sei que a violência no trânsito está muito grande, mas como precisava e gosto de fazer algo diferente do dia a dia, aceitei.

No domingo de manhã ele foi me buscar em casa e apareceu embaixo do meu prédio com uma Halley, que tocava música, e pensei: meu Deus ele chegou! Agora eu tenho que ir mesmo! Quando desci no prédio, o Douglas estava com todos os acessórios necessários como casaco e capacete, pois ele pensou em tudo para que eu me protegesse durante esse inusitado passeio. E então fui!
Eu estava super tensa e nervosa em andar naquela “super moto” e também porque ele não havia falado onde era o “tal passeio”, até que eu vi em suas mãos escrito no convite “Caruaru”, eu quase enfartei! Primeira vez andando de moto e logo numa viagem! Jesus me guarde, eu não posso morrer!

E a viagem começou. Por onde passávamos as pessoas olhavam por conta da moto que chamava muita atenção, e eu pensava: meu Deus, será que todo mundo sabe que é a minha primeira vez? O tempo todo me mexia e me ajeitava até achar uma posição cômoda, e nessas mexidas, bati muito meu capacete no capacete do Douglas, meu Deus, eu estava toda errada, tremi da cabeça aos pés durante todo o trajeto, fui orando e pedindo a Deus que nada nos acontecesse, e não consegui relaxar. Apesar dos acessórios, como tenho costume de andar só de carro, senti-me exposta demais, apesar do Douglas ser um ótimo motorista e sua moto parecer muito confortável em comparação às motos comuns. Até chegar ao destino, foi uma verdadeira agonia. Chegamos ao autódromo de Caruaru onde vimos as corridas dos motociclistas, gente bonita, conheci novas pessoas e tudo o mais, mas antes de tudo eu pensei, foi ótimo estar em terra firme e estar viva!
Na volta consegui relaxar e curtir mais a viagem, como era fim de tarde e o sentido da volta a Recife era para o leste, ao olhar para trás tive a bela vista do pôr do sol e, ao olhar para frente, vi também o surgimento da lua que, por sinal estava cheia e linda demais. E naquele momento percebi que viajar de moto foi bom demais, quando consegui superar o meu medo e tensão, tudo se tornou maravilhoso, porque consegui contemplar a paisagem com a pouca luz que restava do dia e o vento na face, que trouxe a grande sensação de viver em liberdade. É como o Douglas havia me falado, eu vou lembrar desse meu primeiro passeio um mês inteiro, mas acho melhor dizer ser pelo resto da minha vida.

O motociclismo hoje em dia nas capitais não é visto com uma bons olhos, até porque sabemos que muitos assaltos são realizados com motos pelos bandidos, e também acontecem inúmeros acidentes com motociclistas. Isso traz um grande preconceito dentro de nossas mentes, onde cada um de nós podia pelo menos um dia deixar de lado e se aventurar em andar de moto pelo menos uma vez na vida.
Eu não aderiria ao motociclismo no meu dia a dia, mas, com certeza, outra viagem dessa eu farei, e desta vez vou aproveitar do começo ao fim!
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